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Por quê? CRÔNICAS DE UM QUESTIONADOR e Um lenço, um folheto e a roupa do corpo, os dois livros de autoria de Cláudio Amaral, têm condições especiais para os quem curte e acompanha o blogue Meus Escritos de Memória

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Por quê? CRÔNICAS DE UM QUESTIONADOR é o segundo livro do Jornalista e Biógrafo Cláudio Amaral , que já trabalhou em jornais como O Estado de S. Paulo, Grupo Folha de S. Paulo (UOL + Agência Folha), Correio Brasiliense e Jornal do Brasil. O primeiro foi o romance Um lenço, um folheto e a roupa do corpo , publicado em 2016. Essa segunda obra de Cláudio Amaral reúne as 100 primeiras crônicas de um total de quase 400 escritas pelo autor desde 2007. Todas retratam o dia da Capital paulista, do Estado de São Paulo e do Brasil. E homenageiam algumas pessoas conhecidas e outras nem tanto. Entre elas está Paulo César Bravos . Ele foi Repórter Fotográfico de profissão, mas também autor de sambas enredo para diversos carnavais paulistanos e, mais que isso, foi ciclista amador e pedalou muito pelas nossas perigosas vias públicas . Tanto que acabou sofrendo um acidente na noite de 7/11/2007 e veio a falecer no dia 6/1/2008, no Hospital Paulistano, no bairro paulistano do Paraíso. A

Ditadura e militares, não!!! Nunca mais!!!

Quando políticos e militares fizeram a chamada "revolução de 64", eu era menino pequeno lá em Adamantina, a 600 quilômetros da capital paulista, onde vivo desde 1971, e outro tanto desse (ou seja, 1.200 quilômetros) de Campo Grande, cidade em que tive o privilégio de viver por oito meses, em 2004/05. Em abril de 1964 eu ainda usava calça curta, mas lembro-me bem de ver meu pai e outros lideres locais andando para baixo e para cima de revolver na cintura, à vista de todos. Tinha pouco mais de 13 anos de idade, trabalhava há sete anos e já lia jornal, no balcão da lavanderia e chapelaria da família. Mesmo assim, tive que fazer algumas perguntas ao meu velho para entender o que estava acontecendo, porque os jornais que eu lia nunca eram do dia. Eles só chegavam às minhas mãos dois ou três dias depois da data da edição e porque eram usados para embrulhar calças e paletós que os fregueses mandavam lavar e passar. A partir de então, vivemos – eu e todos os brasi

A COMUNIC e meu próprio emprego

A COMUNIC surgiu da minha vontade de nunca mais ter patrão e graças ao apoio da minha Sueli e de quatro Amigos: José Luiz da Silva (meu colega na Secretaria da Agricultura e na A. A. Comunicações), Aluízio José de Freitas e o sócio dele Carlos Blanco Fernandez (donos da Grafic Publicidade e Propaganda) mais o inesquecível Paulo de Mendonça Bastos, na época diretor de Comunicações da Heublein do Brasil. Aluízio e Carlos eram gratos a mim porque consegui a publicação de algumas notinhas sobre a Grafic em jornais como o Estadão e a Gazeta Mercantil. Aproveitei para pedir que eles me cedessem uma sala, por menor que fosse, nas dependências da agência, na esquina das ruas Francisco Cruz e Domingos de Moraes, na Vila Mariana, zona sul da Capital paulista. Eles concordaram mas me propuseram algo maior: alugar um sobrado ao lado da gráfica que tinham na Rua Dr. Diogo de Faria, na Vila Clementino. Eu tremi nas bases, disse que era muito arriscado, mas eles me convenceram quand

A A.A. Comunicações do Amigo Meninão

Deixei a chefia da Assessoria de Divulgação da Secretaria da Agricultura porque não conseguia me entender com o chefe de Gabinete do secretário Pedro Tassinari Filho. Tassinari sempre disse gostar do meu trabalho, mas Roberto Cano de Arruda, não. Ele tinha a ambição de ser secretário e, por consequência, queria aparecer na imprensa. Acontece que ele nunca me disse isso. Se tivesse dito, eu teria dado um jeito. Ao pedir demissão e deixar a Agricultura, contra a vontade taxativa de Tassinari, fui dar satisfações ao coronel Armon e ao jornalista Isidro Barioni, que comandavam a área de comunicação do Governo Paulo Egydio. Imediatamente, eles me convidaram para reforçar a equipe baseada no Palácio dos Bandeirantes. Eu, entretanto, estava cheio da burocracia estatal e queria voltar para a iniciativa privada. Agradeci, me declarei honrado com o convite e fui embora. Fui procurar meu Amigo Meninão, dono da A. A. Comunicações, na Rua Martinico Prado, em Higienóp

A Secretaria da Agricultura aos 25 anos

Quando eu tive a certeza de que não estava nos planos das duas forças políticas que disputavam o poder na Redação do Estadão, me mandei. Não adiantava ficar no jornal da família Mesquita porque eu não passaria de um simples repórter. Jamais teria chance de fazer grandes coberturas, viagens internacionais, nem chegar a ser editor, como eu tanto queria. Aproveitei um convite do empresário Pedro Tassinari Filho, que tinha mansão no Morumbi, em São Paulo, e atividades produtivas em Orlândia, no Interior paulista, e fui com ele para a Secretaria da Agricultura do Governo do Estado de São Paulo. Tassinari era um homem viajado e conhecia toda a região vinícola da França. Cada conversa com ele a respeito de vinhos era uma aula. Foi na residência dele que conheci a primeira adega particular e pessoal, totalmente climatizada. Pedrinho, como diziam os íntimos, era cunhado do deputado federal Sérgio Cardoso de Almeida, um aliado dos militares de plantão, mas crítico ferrenh

O Diário de Notícias do Rio de Janeiro

O Diário de Notícias do Rio de Janeiro é uma daquelas páginas que eu gostaria de arrancar do caderno da minha história. Mas, história é história; não dá para apagar; fica pra sempre. Faz tanto tempo que eu trabalhei para o falecido Diário de Notícias, que o Rio de Janeiro ainda era capital do Estado da Guanabara. Fui registrado “Repórter” do Diário de Notícias no dia 2 de julho de 1973. Meu salário era de “Cr$ 1.722,00 (hum mil e setecentos e vinte e dois cruzeiros) mensais”, conforme registro existente na página 11 da minha primeira carteira profissional. Na época, eu ganhava R$ 2.062,00 por mês no Estadão. Eu entrava cedinho no Estadão, na Rua Major Quedinho, 28, e lá ficava até o meio da tarde. Por volta das 15 horas, saia do Estadão e corria para a Rua 7 de Abril, quase esquina com a Praça da República. A sucursal do Diário de Notícias ficava no prédio da revista Visão, dirigida pelo então futuro ministro das Comunicações, Said Farhat. No Diário de Notícias eu ficava até

Do Esporte para a Geral, sempre pelo Estadão

Um dia a cobertura de esportes perdeu a graça pra mim. Eu queria participar das grandes coberturas, mas não tinha oportunidade. Eu desejava estar no dia a dia do Corinthians, mas não podia por ser torcedor do Timão. Nos outros grandes times também não tinha chance porque eles representavam cadeiras cativas de outros repórteres. O mesmo ocorria em relação aos esportes nobres. Enfim, eu queria ir à Copa do Mundo, aos GPs de Fórmula 1, aos GPs de Tênis, mas vi que isto seria impossível enquanto não reunisse condições de ocupar o lugar de um dos ‘cardeais’. Por tudo isto, juntei a minha vontade com a do colega Tuca Pereira de Queiroz, um repórter esportivo por excelência, deslocado para a Reportagem Geral por questões políticas. Falamos com os respectivos chefes e trocamos de editoria. Fui trabalhar diretamente com o Mestre Eduardo Martins, que ocupava a chefia de Reportagem, e com o sub-chefe Silvio Sérgio Sanvito. A partir de então eu conheci o Brasil quase t