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Mostrando postagens de abril, 2012

De volta a Campinas, contra minha vontade

Claro que eu esperava ficar em São Paulo após as férias dos repórteres João Prado de Almeida Pacheco, o ‘Pradão’, e Reginaldo Leme, o ‘Alfacinha’. Mas, não foi isso que aconteceu. Fui obrigado a voltar a Campinas e lá trabalhar mais um mês, abril de 1971, morando de novo na casa de família da Rua da Conceição. Eu gostava de trabalhar em Campinas, mesmo tendo uma jornada diária muito longa. Mas eu sempre me lembrava que meu objetivo principal era ser repórter na sede do Estadão, na Capital. Além de querer muito vir pra São Paulo, eu temia ter outros atritos com o chefão Raul Martins Bastos, exatamente o homem que me admitiu no Estadão. Sempre fui adepto e admirador da paz, mas no inicio do meu terceiro mês de Campinas, em janeiro de 1971, não suportei a falta de pagamento e chiei. Chiei de uma maneira até deselegante, reconheço, porque o chefe dos correspondentes do Estadão havia me dito que eu ganharia o meu salário de Marília mais o valor que era pago ao repórter de Camp

De Campinas para São Paulo, sempre pelo Estadão

Antes de vir de vez para São Paulo, passei dois meses na Capital por conta de férias de repórteres da editoria de Esportes do Estadão. O chefe da sucursal de Campinas, Mário L. Erbolato, ficou furioso ao saber que eu estaria fora por dois meses, mas não teve alternativa. Erbolato era um dos homens mais cultos de Campinas nos anos 1970. Jornalista e advogado, era diretor geral da Câmara de Vereadores. Mais que isto: era uma pessoa de fino trato. Escreveu livros e mais livros de Jornalismo e lecionou por anos na Pucamp, a Pontifícia Universidade Católica de Campinas. O filho dele, o também advogado Antônio Carlos Erbolato, era o nosso fotógrafo e não raro fazia as vezes de motorista. Toninho bem que tentou, mas não conseguiu me convencer a frequentar as ‘primas’ de Campinas. Tudo porque eu estava de casamento marcado para setembro de 1971 e tinha a determinação de me manter fiel à noivinha virgem que me esperava em Marília. Fiz todo tipo de reportag

Seis meses em Campinas

Fiquei apenas seis meses em Campinas. Morei numa casa de família na Rua da Conceição, onde hoje existe um edifício residencial de alto padrão. Dividi um quarto com um jovem, como eu, de quem jamais consegui ter qualquer informação. Também, pudera: trabalhei de 12 a 15 horas por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Acompanhei o dia a dia dos times de futebol profissional do Guarani (treinado por Armando Renganeschi e Zé Duarte) e da Ponte Preta (que havia sido vice-campeão brasileiro e era orientado por Cilinho). Ao mesmo tempo, escrevi a respeito do time de basquete do Tênis Clube, das atividades do Comando Regional do Exército (dirigido pelo coronel Rubens Restel) e da Academia Militar da Aeronáutica de Pirassununga. Como se tudo isto não bastasse, dei expediente à noite por dois meses na editoria de Esportes do Diário do Povo. Assinava Amaral Júnior, certo de que ninguém do Estadão desconfiaria da minha dupla jornada. Eu me sustentava com o salário do Diá