O Estadão, por insistência de Irigino Camargo


Foi Mestre Irigino Camargo (na foto, em pé e de terno escuro) quem me apresentou ao Estadão.


Ou melhor: ao representante do Estadão que foi a Marília em busca de um correspondente.


Paulo Stipp Júnior, correspondente do Estadão em Taubaté, havia morado em Marília e para lá foi com a tarefa de encontrar alguém que pudesse escrever para o jornal.


De preferência, todo dia.


Chegou com o propósito de contratar José Cláudio Bravos, que se destacava como correspondente dos Diários Associados.


Ao procurar Irigino, no JC, ele foi imediatamente demovido da idéia.


Disse com tanta convicção que o correspondente ideal para o jornal da família Mesquita era eu, que Stipp não teve alternativa.


Fomos tomar um refrigerante no bar que havia em frente ao JC e acertamos todos os detalhes.


Uma semana depois eu fiquei sabendo que o todo-poderoso Raul Martins Bastos, chefe da equipe que controlava a produção das sucursais e dos correspondentes, havia me aceito para um período de experiência de três meses.


Animadíssimo, porque o Estadão era o meu objetivo desde que sai de Adamantina, comecei a escrever para o maior, mais respeitado e mais temido jornal do País (em 1969 já era assim: ao se referir ao Brasil, o Estadão nos obrigava a escrever País com a inicial maiúscula).


Inicialmente, como correspondente local, ou seja, com a responsabilidade de colocar Marília todo dia na página de Interior, editada por aquele que seria o meu segundo Mestre no Jornalismo: Eduardo Martins.


Levei a missão tão a sério que logo meu nome começou a identificar os meus textos.


Minha primeira reportagem assinada saiu no dia 15 de julho de 1969.


No dia 3 de dezembro, quando eu completava 20 anos de idade, ganhei um presente especial: a primeira reportagem assinada como “Correspondente Regional em Marília”.


Fiquei tão feliz, mas tão feliz, que soltei um gripo e joguei o jornal para o alto.


Assustei a todos que estavam na Redação do JC no momento e depois tive que explicar a razão da minha atitude.


Expliquei com prazer, cheio de alegria.


Bons tempos aqueles em que fui correspondente do Estadão em Marília e região.


Cláudio Amaral


19/11/2006 10:06:53 e 22/3/2012 09:46:05

Comentários

  1. Fiquei muito feliz em ver a foto de meus pais e
    do meu tio Irigino. Ele foi padrinho de casamento
    deles. Recordou-me os tempos de infância, lá em
    Presidente Prudente, quando ele chegava era uma festa. Corria em minha direção e me jogava para o
    alto. Creio que foi das poucas vezes que o vi tão
    feliz na vida, por isso ficou na memória.
    Obrigada caro amigo!

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